Ministro Alexandre de Moraes nega pedido de Bolsonaro e mantém data do interrogatório em caso de trama golpista

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na noite de quinta-feira (5) não aceitar o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para adiar o interrogatório dele e de outros sete réus acusados de participar de uma trama golpista após a derrota eleitoral em 2022.

A defesa de Bolsonaro argumentou que precisava de mais tempo para analisar provas anexadas ao processo no dia 14 de maio e também queria ouvir antes algumas testemunhas ligadas a outros grupos investigados dentro do mesmo caso. No entanto, o ministro considerou que essas razões não eram suficientes para paralisar o andamento da ação penal.

Moraes explicou que os advogados dos réus tiveram oportunidade de pedir a oitiva de até 40 testemunhas, incluindo pessoas envolvidas em outras partes do inquérito, mas escolheram indicar apenas 15 e desistiram de ouvir seis delas. Além disso, a fase de depoimentos das testemunhas já foi concluída na primeira ação penal sobre o tema.

O interrogatório dos oito réus está mantido para começar na próxima segunda-feira (9). Entre eles estão Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto, o general Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid.

Esse grupo é considerado o núcleo central da suposta trama golpista, segundo a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A divisão do caso em cinco núcleos foi autorizada pela Primeira Turma do STF, responsável por acompanhar o processo.

Essa decisão marca um passo importante no julgamento da ação penal 2668, que apura o envolvimento direto dessas figuras no plano de tentar impedir a posse do presidente eleito em 2022.

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil


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